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Arquitetura além da visão: uma reflexão sobre a iluminação nos ambientes empresariais




Escritório CPW Nestlé | Caçapava SP


Em razão do crescente aumento do número de atividades realizadas em espaços fechados, o conforto ambiental passou a ser ponto fundamental na idealização dos projetos arquitetônicos. A iluminação, umas das principais variáveis de conforto, é motivo de grande preocupação nas empresas, especialmente nas áreas de recursos humanos e segurança do trabalho, por estar relacionada não só ao aspecto visual, mas também ao nível de ruído e à temperatura. Uma iluminação inadequada pode causar fadiga, cefaleia e irritabilidade ocular, que se traduzirão em diminuição da produtividade, erros e até mesmo acidentes. A cognição e a percepção visual são aspectos fortemente influenciados e quando essa interferência é negativa, dependendo da natureza e do conteúdo do trabalho, as consequências podem ser graves.


A definição do tipo de lâmpada e de luminária a serem usadas é um fator importantíssimo para a qualidade do projeto. Sua escolha depende do tipo de ambiente e de qual atividade será desenvolvida no local. De igual importância para o resultado final, será a distribuição e localização dessas peças, pois elas devem ser posicionadas de forma que previnam (ou conforme o caso, enfatizem) sombras e contrastes do que se quer iluminar.


Quanto ao tipo, a iluminação pode ser natural, que é aquela recebida pela luz solar através das aberturas (portas, janelas, telhas translúcidas, átrios etc.) e que pode variar de acordo com as condições atmosféricas, períodos do ano e horários do dia; ou artificial, feita por lâmpadas elétricas. Esta segunda é um reforço a iluminação natural e pode ser geral ou suplementar. A iluminação geral abrange todo o ambiente, não objetivando uma única operação, e pode ser constituída, por exemplo, de luminárias instaladas no teto.

O arquiteto Fabio Rocha, especialista nesse assunto, enfatiza: “a quantidade de luminárias necessárias para atingir o nível de iluminância adequado à execução de determinada tarefa é estabelecida pelo projeto luminotécnico, que leva em consideração a acuidade visual dos usuários, as tarefas desenvolvidas, as dimensões dos objetos a serem visualizados, o tempo de exposição desses objetos aos olhos, o pé direito do prédio, a altura do plano de trabalho, a reflexão do entorno, o contraste, as cores e o layout do espaço e ainda os tipos de lâmpadas usadas”.


Frequentemente, os aspectos físicos são mais visíveis, pois estão associados ao modo operatório, às ações, aos gestos e movimentos de quem realiza as tarefas, diferentemente dos mentais, que abrangem a cognição e o psiquismo. A cognição, que diz respeito ao raciocínio, à tomada de decisões, à memorização, ao planejamento, enfim, ao lado intelectual das atividades, está diretamente ligada ao psiquismo, que contempla os sentimentos, as emoções, o comportamento e a percepção.

Ao projetar espaços corporativos, o arquiteto deverá entender o negócio de uma maneira ampla, porém conhecendo detalhadamente a situação de trabalho em que cada usuário, ou equipe, está inserido, de forma que compreenda todos os processos físicos e mentais envolvidos e os relacione aos princípios da ergonomia. “Sendo o local de trabalho um produtor de sensações (o que é sentido) que conduzem às percepções (o que é compreendido), todo cuidado é pouco no momento de sua concepção”, finaliza Fabio Rocha.

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